De turismo orbital a mineração de asteroides: o futuro das companhias aeroespaciais
Não é de hoje que a ficção científica vislumbra um futuro no qual as viagens espaciais tornaram-se tão comuns quanto qualquer outro meio de transporte, como os aviões de passageiros e os navios de carga. Nesse futuro, companhias comerciais passam a ocupar o espaço (trocadilho não intencional) que antes era exclusivo das agências governamentais, e uma sociedade humana interplanetária desenvolve-se a partir da exploração de recursos localizados muito além de nosso planeta natal. Ainda que muito dessas histórias esteja no campo da especulação, o que alguns podem não ter percebido ainda é que esse futuro já está entre nós.
Suborbital Space Travel by Xcor Space Expeditions (https://goo.gl/ZKDhuv)
No exato momento em que este artigo está sendo escrito (30 de março de 2017), a Space X, empresa dos EUA que, em 2012, foi destaque como a primeira companhia comercial a enviar suprimentos para a Estação Espacial Internacional, inovou mais uma vez, ao conseguir pousar com sucesso o primeiro foguete reutilizável. Essa tecnologia promete revolucionar a exploração espacial, reduzindo drasticamente os custos de lançamento. Para se ter uma ideia de como os foguetes funcionam atualmente, imagine quanto seria o preço de uma passagem de avião se as aeronaves fossem descartadas após um único voo! Além dessa conquista para as ciências espaciais, a Space X tem planos ainda mais ambiciosos para o futuro próximo, com o lançamento, em 2018, dos primeiros civis a visitarem o lado oculto da Lua, e o envio, em 2024, dos primeiros colonos a habitarem o planeta Marte.
A economia espacial e o futuro do espaço
Antes de mais nada, é importante ressaltar que a presença de companhias comerciais na exploração espacial não é nem um pouco novidade. Empresas como Lockheed Martin e Boeing tem um longo histórico de colaboração para a pesquisa espacial como empresas contratadas (os contractors) pela NASA. Pelo modelo tradicional de parceria, no entanto, o controle das missões espaciais fica sob os cuidados da agência.
A grande novidade é que, nos últimos anos, estamos presenciando o desenvolvimento de missões espaciais conduzidas por companhias comerciais, as quais usualmente se ocupavam mais com a construção das estruturas e dos veículos da missão, do que necessariamente com a operação desta. Assim, estamos vendo mais um aumento das responsabilidades que as empresas aeroespaciais decidiram assumir, como a oferta de voos suborbitais para turistas e a busca de minerais raros para mineração em asteroides, do que o aparecimento repentino de empresas interessadas no ambiente espacial.
Por outro lado, é provável que as agências governamentais não sejam completamente substituídas por essas empresas, uma vez que haverá, por um bom tempo, atividades espaciais que não tem o apelo econômico necessário para atrair companhias comerciais (principalmente na pesquisa científica de base). Além disso, há uma série de lacunas na legislação que rege as atividades espaciais, a qual fora pensada mais para atender uma demanda de segurança internacional (o Tratado do Espaço Exterior de 1967, por exemplo, fala em proibição de armas nucleares no ambiente espacial) do que necessariamente regulamentar atividades econômicas fora do planeta Terra.
Podemos imaginar, portanto, um futuro bastante complexo, diversificado, mas muito promissor para o setor aeroespacial. Talvez mais do que qualquer obra de ficção científica tentou prever.
A Zenit e a economia espacial
A exploração comercial do espaço não é reduto exclusivo de grandes companhias transnacionais. Cada vez mais empresas de pequeno e médio porte prestam e utilizam serviços com base em tecnologias aeroespaciais, como imageamento aéreo, geolocalização e serviços de comunicação. A Zenit, como empresa júnior do curso de Engenharia Aeroespacial, presta serviços de consultoria para empresas que desejam investir nesse setor. Se sua companhia está interessada em participar do mercado aeroespacial, entre em contato conosco e conheça nossa carta de serviços.
Este é o segundo artigo de uma série de quatro publicações que buscam explicar os assuntos relacionados aos serviços prestados pela Zenit Aerospace: espelhos para telescópios, soluções empresariais, escola espacial e imageamento aéreo.