Cansats: satélites na palma de sua mão
Satélites artificiais são uma das mais sofisticadas obras de engenharia já construídas, uma vez que esses objetos precisam executar as tarefas para as quais foram projetados (comunicação, observação) no ambiente adverso do espaço extra-atmosférico. Desse modo, é de se esperar que a produção desses artefatos exija não somente a mobilização de pessoal altamente capacitado, mas também de uma grande quantia de recursos. Para se ter uma ideia, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação, o primeiro de sua categoria produzido pelo Brasil, demandou cerca de dois bilhões de reais e cinco anos de trabalho de uma equipe de engenheiros e técnicos alocados no Brasil e na França. Logo, construir satélites é, a princípio, acessível apenas para poucos, o que cria um problema para estudantes e entusiastas em geral, pois o conhecimento teórico que adquirem acaba encontrando poucas oportunidades para ser posto em prática.
Cansat em produção (https://goo.gl/c0hO86)
Foi pensando nessas limitações que, em 1998, professores de doze universidades dos EUA e do Japão lançaram uma competição universitária de construção e lançamento de satélite, com uma regra simples: o artefato deveria caber em uma lata comum de refrigerante. O propósito era justamente permitir a participação de estudantes em todas as etapas de um projeto de engenharia que, de outro modo, seria muito custoso. Esses satélites do tamanho de uma lata, ou cansats (can, lata em inglês), eram lançados de foguetes amadores, que atingiam algo em torno de 12 mil pés (3,7 km) de altitude. Desde então, essa modalidade de competição universitária ganha mais e mais adeptos, inclusive em universidades brasileiras.
Novas tecnologias e a educação espacial
Há dois pontos interessantes sobre os cansats. Primeiro, com a crescente miniaturização dos componentes eletrônicos, esses minissatélites, que foram concebidos como uma ferramenta meramente educacional, passaram a produzir cada vez mais pesquisa científica relevante. De fato, há hoje uma miríade de satélites de pequena escala (cubesats, nanossatélites, picossatélites), que são destinados aos mais diversos estudos na alta atmosfera. Alguns chegam a conjecturar que esses satélites são o futuro da exploração espacial, devido aos seus custos reduzidos.
Picossatélite Tancredo-1, projeto Ubatubasat (https://goo.gl/Q6hdBv)
Segundo, a atividade com satélites em escala reduzida não é exclusividade de estudantes universitários. Mais e mais estudantes de ensino médio participam de competições de cansat ou atividades semelhantes. No ano de 2016, por exemplo, uma escola brasileira da cidade de Ubatuba conseguiu criar um picossatélite, que foi lançado da Estação Espacial Internacional.
Em outras palavras, o desenvolvimento das tecnologias espaciais está, literalmente, na palma de nossas mãos.
A Zenit e a educação espacial
A Zenit Aerospace acredita na importância do estímulo de alunos de todas as idades para as ciências espaciais. Por isso, oferece a Escola Espacial, uma iniciativa de divulgação científica voltada para estudantes de ensino fundamental e médio, concebida como um ciclo de palestras que versam sobre o curso de engenharia aeroespacial, as tecnologias aeronáuticas e espaciais e as ciências astronômicas de maneira geral.
Essas palestras podem ser complementadas, a critério da escola interessada, por atividades práticas, como workshops de montagem de planadores. Se você está interessado em ver esse projeto na escola em que estuda, fale com seu professor ou coordenador pedagógico, para que eles entrem em contato conosco, e não deixe de nos seguir nas redes sociais e de visitar nosso site.
Este é o terceiro artigo de uma série de quatro publicações que buscam explicar os assuntos relacionados aos serviços prestados pela Zenit Aerospace: espelhos para telescópios, soluções empresariais, escola espacial e imageamento aéreo.